sexta-feira, 22 de maio de 2009

Como já cantava o “poetinha”, para quem um samba tem que “ter um bocado de tristeza [...], senão, não se faz um samba não”, muitos dos melhores versos têm suas raízes na melancolia, na dor, na tristeza - ficcional ou não... Ainda que haja lindos poemas que rimam felizes histórias de amor, é bem verdade que a sina de um amor não correspondido sempre produziu inesquecíveis estrofes...
E, assim, aqui também vai meu “bocadinho” de tristeza...


( Melancolia, Edward Munch, 1891 )
Fim

Busco respostas que minhas dúvidas aplaquem
Fujo das memórias que minha dor aumentem
Procuro rimas que minha tristeza abrandem
Encontro histórias que meu coração aquecem

Desfaço planos que me consolam
Esqueço promessas que me invadem
Apago marcas que em meu corpo fervem
Disperso aromas que me sufocam

Afasto olhares que me perseguem
Esvazio-me de sabores que me consomem
Arranco palavras que me enlouquecem
Encaixo peças que me completam

Tudo isso... e nada ! Nada de me entender...
Tudo isso... e nada de não mais te querer...
( Cristina Van Opstal, 2007 )

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